5 livros que todo ator tem que ler
A arte do ator ou da atriz, muito além de talento, demanda estudo. O que ocorre numa sala de ensaio ou nas coxias de um palco é tão fascinante, mágico e metafísico que supera qualquer tentativa de banalização.
Se você está buscando tornar-se ator ou atriz, você precisa conhecer a tradição e os mestres e mestras que te antecederam. Precisa ler e conhecer a comunidade que pretende integrar.
Abaixo listo 5 livros que todo ator tem que ler. Mais do que ler, precisar estudar e se possível buscar ouvir palestras, podcasts com quem os escreveu ou entrevistas antigas com esses mestres.
1)
Em Palavras Praticadas – o percurso artístico de Jerzy Grotowski, 1959 – 1974. A pesquisadora e professora Dra. Tatiana Motta Lima (UNIRIO). Olha com muita sensibilidade para as experiências do encenador polonês que revoluciona a encenação teatral no meio do século XX e lança novos paradigmas para o trabalho do ator. Em seu estudo, Motta Lima se volta para as palavras dos textos do mestre polonês e tenta desvendar a prática que as cunhou.
2)
Nair D’Agostini é uma daquelas mestras fundamentais na história do teatro no Brasil. Tendo estudado teatro na Russia, volta para o Brasil e implementa num curso de artes cênicas de uma Universidade Federal no sul do Brasil, um currículo pedagógico calcado no Sistema de Ações Físicas e no Método de Análise Ativa de Constantin Stanislavski. No livro, ela apresenta um processo criativo de um espetáculo usando o método de análise ativa e uma vibrante reflexão sobre a criação do ator e do diretor.
3)
Uma das obras mais importantes para quem estuda a arte do ator. Eugênio Barba, diretor italiano radicado na Noruega, apresenta um panorama impressionante da arte do ator em diferentes tradições e culturas. Fundamental para entender que atuar vai muito além de dar textos sobre um palco.
4)
Michael Chekhov foi discípulo de Constantin Stanislavski. Era o melhor ator da companhia e segundo reza a lenda, o único que havia compreendido e posto o sistema em prática com plenitude. Sabendo da complexidade do que propunha seu mestre, cria um método mais acessível. O livro é importante na bibliografia de um ator por que é a voz de um excelente ator que apresenta ao leitor o seu modo de trabalhar.
5)
O “sistema” de Stanislávski domina a formação do ator no Ocidente desde que seus escritos foram traduzidos para o inglês nas décadas de 1920 e 1930. Sua tentativa sistemática de delinear uma técnica psicofísica revolucionou sozinha os paradigmas da arte dramática. Algumas traduções equivocadas provocaram profundas distorções na maneira como seu sistema foi interpretado e ensinado. Jean Benedetti conseguiu traduzir o imenso manual de Stanislávski num texto vivaz, fascinante e preciso em inglês. Manteve-se fiel às intenções originais do autor, voltando a reunir os dois livros anteriormente conhecidos como A preparação do ator e A construção da personagem num só volume, e num estilo coloquial e de fácil leitura para os atores de hoje.
