Leonel Henckes

Horla (solo analógico)

HORLA

Horla é a história da lenta dissolução de um homem pela existência de um duplo. Este homem relata sua vampirização contínua através de um ser transparente, invisível aos seus sentidos que o escraviza em espaços instáveis que se tornam tempo. Utilizando elementos expressionistas na concepção estética, o espetáculo aposta no clima de terror psicológico construído pelas possibilidades expressivas do corpo e da voz do ator.

Release:

Numa atmosfera hesitante de terror pela presença de mundos e poderes insólitos, um homem é subitamente lançado no limiar do visível e do invisível. Uma sucessão de fatos inexplicáveis e inacreditáveis, o conduzem ao limite de uma loucura controlada onde descobre a existência de um ser invisível que o domina, o faz escravo e se alimenta de sua energia. Limitado por seus miseráveis sentidos, é incapaz de reagir ao profundo mistério do invisível que o cerca e sucumbe em um universo fantástico e paranóico.

Criado a partir da livre adaptação de contos de Guy de Maupassant, o espetáculo-solo HORLA possui uma estética que privilegia o corpo e a voz do ator como principais veículos expressivos. Com uma linguagem mágico-fantástica, o ator conduz o imaginário do público em uma tensão que evolui sutilmente e o envolve na trama a tal ponto que o invisível toma forma e a noção de realidade e irrealidade se dissolve numa reviravolta de incertezas. Assustador e angustiante, HORLA busca por meio de imagens sensitivas levar o espectador à uma experiência “real”, física.

Escolhido por seu caráter fantástico que cria um clima de incerteza quanto a realidade ou irrealidade de tudo. A temática da, comum às relações entre teatro e xamanismo, sintetiza o estado de instabilidade e crise experimentado pelo ator no acontecimento teatral. Deste choque de realidades, emerge uma “presença consciente” capaz de percorrer fluidamente o espaço/tempo.

O espetáculo foi criado através da montagem de estruturas de movimentos oriundas da aplicação de qualidades do movimento sobre “passes mágicos” e movimentos aprendidos em sonhos e compreende o resultado de dois anos de pesquisa e treinamento buscando a criação de uma poética de cena pautada nas potencialidades expressivas do organismo psicofísico do ator.

Deste confronto consigo mesmo, surgiu uma linguagem cuja dramaticidade está na manipulação da energia e da atenção do público que se torna um participante ativo daquele acontecimento. Elementos expressionistas e góticos são agregados à composição estética, criando um clima de horror e suspense psicológico.

 

Ficha Técnica:

Criação e atuação: Leonel Henckes | Direção Geral: Paulo Márcio | Texto: Adaptação dos contos “Horla” 1 e 2 e Carta de um Louco de Guy de Maupassant | Iluminação: Gabriela Amado | Sonoplastia: Graciane  Pires | Figurino e Maquiagem: Micheli Daronch |Fotografia: Francieli Rebelatto

Duração: 50’

Estreia: dezembro de 2007, Santa Maria, Rio Grande do Sul

Link para o site do grupo: http://w3.ufsm.br/vagabundos/Horla.html

Link para crítica de Antonio Hohlfeld (Jornal do Comércio/POA/RS) http://w3.ufsm.br/vagabundos/Cr%EDtica.htm