Leonel Henckes

Horla - o Inimigo Invisível

Horla o inimigo invisível. o ator da organicidade e a cena contemporânea

Numa atmosfera fantástica de terror e suspense, um homem confinado em sua casa trava uma batalha contra um inimigo invisível. Este é o mote para a peça Horla – o Inimigo Invisível, do ator Leonel Henckes, que estreiou em ambiente digital no dia 18 de julho de 2020, às 21h. A montagem inédita partiu da adaptação de contos homônimos do escritor francês Guy de Maupassant (1850-1893) e aposta na hibridização de linguagens como estratégia de criação de um teatro virtual. 

Em cena, um homem se vê confrontado com um inimigo invisível que o aprisiona e o confronta com a impotência diante daquilo que não se vê. Criado a partir da livre adaptação de contos de Guy de Maupassant e fragmentos da obra de Carlos Castañeda, o solo-virtual Horla – o Inimigo Invisível lança mão das possibilidades oferecidas pelos dispositivos tecnológicos em diálogo híbrido com estratégias teatrais para conduzir o imaginário do público em uma tensão que evolui sutilmente e o envolve na trama até que o invisível tome forma. “… a ideia é explorar as possibilidades dessa linguagem que hibridiza teatro e streaming…”, explica Leonel. A atmosfera de terror e suspense é outro elemento explorado pela encenação que tem supervisão artística do baiano Aldri Anunciação. “A situação que o texto apresenta é angustiante. Uma pessoa que subitamente é aprisionada e inicia uma batalha contra um ser invisível me fez pensar muito nos nossos dias de confinameno social.”

O espetáculo solo havia sido montado por Leonel Henckes em 2007 quando ele ainda era estudante de artes cênicas na Universidade Federal de Santa Maria. “Na época a história me moveu por sua associação com as ideias de Castañeda. Eu participava de um grupo de pesquisa em teatro e xamanismo e utilizávamos os passes mágicos e outros princípios como técnicas de treinamento de ator. Depois acabei botando o espetáculo no bolso e agora, com a pandemia e essa situação de ameaça por um ser invisível que a humanidade atravessa me senti motivado a recriá-lo.” Explica Leonel que chegou a Bahia em 2009 para fazer mestrado na UFBA.

A temporada marcou, ainda, a inauguração do Teatro Comprimido, projeto de Aldri Anunciação e Leonel Henckes para pesquisa em teatro digital na Bahia.

Sinopse: Numa atmosfera de terror e suspense, um homem confinado em sua casa, trava uma batalha contra um inimigo invisível.

Ficha Técnica:

Criação e atuação: Leonel Henckes | Supervisão artística e direção: Aldri Anunciação | Trilha sonora: Segundo Becetche

Sobre Aldri Anunciação

Aldri Anunciação é ator, escritor, apresentador e dramaturgo soteropolitano laureado em Primeiro Lugar no Prêmio Jabuti de Literatura-2013 na categoria Romance para Jovens. Seus textos de teatro encenados no teatro foram “Namíbia, não!” (visto por mais de meio milhão de espectadores), “O campo de batalha: a fantástica história de interrupção de uma guerra bem-sucedida”,  “A Mulher do Fundo do Mar”, “Pele Negra, Máscaras Brancas” e mais recentemente o “Embarque Imediato” que trouxe de volta aos palcos baianos o consagrado ator Antônio Pitanga aos 80 anos de idade. No cinema e  na TV, foi roteirista do longa metragem  “Medida Provisória” (com lançamento para 2020 e direção de Lázaro Ramos – Leryby, Lata Filmes e Melanina Acentuada Filmes) e do especial para TV  “Dois de Julho - Caminhos da Liberdade” (da Rede Bahia de Televisão- afiliada da Globo). Em 2014 recebeu a Comenda de Mérito Cultural (na categoria júnior) por sua contribuição para as artes. Recentemente em 2018 vence com longa-metragem Ilha (da Rosza Filmes) o Candango de melhor ator de longa-metragem no último Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Desde 2012, realiza anualmente o Festival Dramaturgias da Melanina Acentuada.